Publicado no jornal Gazeta do Sul - Santa Cruz do Sul
Conheci o dr. Marcos Thomas no final da década de 1970. Concursado, vencedor, chegava para assumir o atual Cartório Thomas, de Santa Cruz. Não sei por quais cargas d’água, Thomas e meu pai vieram a se tornar amigos. Ambos advogados, faltava-lhes tempo para falar de tudo. Enquanto isso, eu voltava de POA para trabalhar aqui como médico. Fora da medicina, participei de alguns negócios imobiliários, e meu pai sempre me ajudou na parte jurídica. Depois que ele se foi, em 1991, praticamente quem o substituiu foi o dr. Thomas. Qualquer negócio imobiliário só era consolidado após passar por seu exame. Foi nascendo uma relação de confiança e admiração. Às vezes, enquanto esperava em seu cartório para ser atendido, observava o modo naturalmente simples, claro, objetivo com que atendia os clientes. Simpático, empático, tolerante à pressa e à desinformação – ia tocando seu serviço, marcado por aquele seu sorriso espontâneo!
E à competência, que crescia à medida que aumentava a experiência, se somou um engajamento comunitário. Especialmente através do Rotary Clube Oeste, do qual foi, inclusive, Governador do Distrito 4680, período 94/95 . Ele e d. Almira. Aliás, a dupla constituía, ao meu olhar e entendimento, um modelo daqueles casais que realmente estavam aqui até que a morte os separasse. E foi o que aconteceu. Um melanoma, traiçoeiro como quase sempre, acabou espalhando raízes que nos levaram o dr. Thomas. Mas, acima de tudo, nos deixou a eternidade do exemplo de sua integridade. Aquela mesma que resiste a este mundo de crescente anomia, em que a transgressão e a ultrapassagem dos limites ameaçam se tornar uma doença do tecido social. Quando me lembrava, antes, de quantos representantes dessa resistência pétrea me vinham à mente, jamais faltava o dr. Thomas. Fica o seu exemplo, o mais fecundo ingrediente da escola da vida. O exemplo do cidadão Thomas!
Fernando Cássio Tatsch
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
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